A melhor maneira de “superar” o passado, Amiga, é dando um significado para ele, ou seja, compreendendo o sentido que ele possui no todo que compõe a tua vida. É como uma peça em um grande quebra cabeça a qual, se for encaixada no lugar certo, faz tanto sentido como todas as outras “peças”.

É claro, lindona, quando se trata de um trauma, a coisa é bem diferente, visto que, nesse caso, é necessário um tratamento para por as coisas em ordem. Mas aqui, não estou falando sobre traumas e sim de situações vividas no passado que podem estar interferindo, negativamente, na tua vida AGORA.

A nossa personalidade se forma através da nossa história pregressa, inevitavelmente, mas, mais ainda do que a história que vivemos, quero falar aqui sobre a IMPORTÂNCIA que damos para ela.

Existe a REALIDADE, que é o que acontece, o FATO em si, assim como existe a CONSCIÊNCIA, ou seja: o significado que cada um dá para a realidade.

O que venho propor é que, mesmo que não seja possível mudar os fatos ou o passado, podemos transformar, ou ressignificar, a maneira como interpretamos essa realidade e isso sim é importante e depende apenas de ti mesma e do teu empenho em fazer.

Muitas pessoas, amiga, ficam lamentando o passado, pois fazer isso traz certo “alívio”, já que é possível, para essas pessoas, justificarem determinados acontecimentos presentes e até se absterem da responsabilidade sobre as consequências, partindo do ponto em que se colocam como “vítimas” das circunstâncias.

Normalmente quando você lê sobre as histórias de pessoas que obtiveram sucesso na vida, observe que, certamente, essa história virá acompanhada de momentos de superação. Não teria sentido a pessoa ser “bem sucedida”, caso não tivesse superado nenhum obstáculo, não é mesmo? Parece óbvio…

E pode prestar a atenção, amiga: no fim dessas histórias de sucesso, a pessoa sempre compreende que TUDO (absolutamente tudo) o que ela passou (normalmente assas histórias são repletas de tragédias), faz-se como uma peça importante para o desenvolvimento delas… Como se, caso aquela “coisa ruim” não tivesse ocorrido, talvez ela não teria conseguido chegar onde chegou ou fazer da maneira como fez.

Lembro-me de uma amiga que perdeu os pais num acidente, quando ainda era bem pequena. Em certo momento da vida dela, ela própria chegou à conclusão que tudo poderia ter sido diferente caso os pais dele ainda estivessem vivos. Os pais, segundo ela, eram mega religiosos e certamente ela teria seguido o mesmo caminho ou teria passado por grandes conflitos familiares para se tornar quem se tornou.

Perceba, Lindona, que ela se orgulhava de quem havia se tornado e compreendia que, talvez, pudesse não estar tão feliz e realizada, caso as coisas não tivessem acontecido exatamente da maneira como aconteceram. Não que ela “agradecesse” por não ter tido a oportunidade de conviver com os pais, mas, segundo ela: “Fiz o meu melhor com as condições e recursos que tive e, por fim, orgulho-me do que me tornei”.

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Beijos.

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Vanessa de Oliveira.