Como já expliquei na primeira parte desse texto, há inúmeras condições que promovem para que os homens perpetuem e cultuem a traição como sendo algo “natural” e exclusiva de sua classe (masculina). Como no primeiro texto falei sobre a História, nesse segundo, seguirei falando um pouco sobre a cultura e sobre o hábito.
1 – Cultura
Inevitavelmente, amiga, a História deixou seu legado registrado em nossa cultura… Literalmente falando: “o passado nos condena”. Não são necessárias tantas explicações para compreender que nascemos e nos desenvolvemos em uma cultura predominantemente patriarcal.
Basta lembrar das diferenças, entre os estímulos, quando se trata das crianças: meninas são direcionada às brincadeiras de cunho doméstico (bonecas, casinhas, escolinha e utensílios domésticos) e os meninos, envolvidos com objetos que estimulam o desenvolvimento social, à conquista, status e prestígio (carrinhos, peças para construção, bonecos guerreiros e por aí vai).
Subsequentemente, na adolescência, espera-se e celebra-se o primeiro beijo, a primeira conquista e, quem sabe, até mesmo a primeira “transa”, como modo de garantir, no caso do homem, a virilidade e posição de “macho alfa” (orgulho do papai).
Não é incomum ver os pais (tanto o pai quanto a mãe) estimularem o filho a trabalhar, desenvolver as próprias faculdades mentais, físicas e sociais para que possa garantir o autossustento e da família que virá a construir, o que determinará, por assim dizer, o seu nível de sucesso.
Percebe, amiga? A gente acaba sustentando a cultura de que o homem pode tudo e ele vai simplesmente surfando na onda.
Já na juventude seguida pela fase adulta, dependendo da quantidade de mulheres que ele se envolveu, será motivo de status entre os grupos e, com isso, as próprias mulheres passarão a reconhecer tal valor como símbolo de masculinidade (passando assim a deseja-lo com mais intensidade), incitadas até mesmo pela própria curiosidade.
Tudo isso nos leva para a construção e manutenção de uma “zona de conforto social” para os homens, ao passo que a traição passa a ser retratada, equivocadamente, como parte de uma natureza biológica quase que impossível de ser contida.
Portanto, amiga, o que acontece é que o homem é condicionado socialmente a conquistar… Conquistar tudo e pegar aquilo o que puder e para firmar a própria masculinidade é isso que ele vai e faz.
Condicionado, sem se atentar de que a variação sexual rotineira nada tem a ver com o sucesso na vida pessoal, ao contrário, pode acabar arruinando-o de modo a condenar seu tempo, sua energia, seu dinheiro e até mesmo seu relacionamento, caso ele tenha um… Embora ele continue a manter a falsa sensação de estar sendo homem e cumprindo o papel dele, percebe?
2 – Hábito
É natural que, em determinada fase da vida, normalmente na adolescência e juventude, busquemos desafios que sejam capazes de colaborar positivamente com a autoafirmação… É o princípio da nossa autoestima.
Quando pensamos na autoestima, estamos tratando de um espelhamento do meio sobre o que somos.
Nesse caso, queremos que o meio nos espelhe positivamente nosso “reflexo” ao passo que criamos e reproduzimos ações que confirmem aquilo o que acreditamos ser a “imagem ideal”.
Eu sou assim, você é assim, seu pai é assim, todos são assim e ele também é! Entre outras palavras, alimentar nosso ego é essencial, o problema é que muitos homens, ainda depois de adultos, permanecem mantendo o número de mulheres que é capaz de conquistar como parâmetro para a manutenção do próprio ego.
O reforço positivo, no caso dos homens, se faz de modo a avaliar a quantidade em desprezo à qualidade.
Assim sendo, o negócio é experimentar e seduzir quem quer que seja em prol de manter a autoestima elevada, diferente de nós mulheres que somos subjugadas por uma cultura que enaltece, no tocante às relações, a compreensão de que “menos é mais”, ou seja: a mulher tem que se preservar para definir seu valor… O oposto dos homens.
Tudo isso gera um hábito comportamental para os homens o que, como todo o hábito, com o tempo, passa a se fundir à própria personalidade como sendo quase que indivisível de sua natureza. Não é necessário ir muito longe para encontrar homens “mulherengos” com o velho discurso de que “Eu sou assim… Sempre fui assim e não vou mudar” (síndrome de Gabriela).
Resumindo, o homem trai porque é cômodo trair e cabe a VOCÊ, mulher, tirá-lo dessa zona de conforto, onde ele permanece, mostrando tudo o que ele tem a perder com a traição, nesse caso, além da própria dignidade, VOCÊ. Aprenda a tomar decisões, amiga, CLICANDO AQUI AGORA, NESSE LINK, e faça o que é melhor para você antes que você seja consumida pela sua própria destruição emocional e psíquica…
Te espero, lindona…
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Vanessa de Oliveira.